Análise de Custo-benefício (ACB) de Medidas de Adaptação às Mudanças do Clima no Semiárido Brasileiro
A maior frequência de eventos climáticos extremos no Brasil, como as secas no Nordeste e Sudeste e as inundações na região amazônica, bem como suas consequências sociais, econômicas e ambientais demonstram a relevância e necessidade em se aprofundar análises e ferramentas que visem maior resiliência e capacidade de resposta à crescente variabilidade climática.
Para algumas bacias hidrográficas, a necessidade de adaptação é latente. Este é o caso da Bacia dos Rios Piancó-Piranhas-Açu, localizada entre o sertão da Paraíba e do Rio Grande do Norte e que esteve imersa em uma seca severa entre 2012 e 2017. A região viveu, e ainda vive, dificuldades sociais e econômicas graves decorrentes da ausência de chuva e consequente escassez de água potável. Em função dos níveis comumente críticos de armazenamento nos principais reservatórios, a população segue vulnerável e, em muitos casos, dependente de caminhões-pipa.
Ilustrando bem o desafio do semiárido, tem-se nessa área, apontada como uma das mais suscetíveis no Brasil aos efeitos das alterações climáticas globais, um reflexo dos novos desafios impostos pela mudança do clima. Pensar em medidas de adaptação é fundamental no atual contexto, principalmente para as regiões mais expostas ao risco. Neste sentido, a Agência Nacional de Águas (ANA) contratou o FGVces em 2015 para desenvolver uma Análise Custo-Benefício (ACB) de potenciais medidas de adaptação na Bacia Hidrográfica dos Rios Piancó-Piranhas-Açu.
Por meio de uma análise das condições climáticas atuais e futuras, e seus impactos hidrológicos e econômicos, o estudo avalia a perda econômica decorrente da não consideração da mudança do clima no planejamento hídrico regional, avaliando, posteriormente, a viabilidade econômica de medidas adaptativas em potencial.
Ao longo de 2016, foram desenvolvidas as duas primeiras etapas, que consistiram em estimar a falta de água na bacia em um horizonte de 50 anos, definindo o Risco Físico, e a perda econômica associada a tal escassez, o Risco Climático Total. Os principais elementos dessas etapas, bem como os resultados obtidos encontram-se mais abaixo nesta página.
Na sequência, já em 2017, o estudo entrou em nova fase, em que foram propostas diversas medidas de adaptação com diferentes focos de atuação. Cada medida carrega um potencial benefício hídrico e custo associado de viabilização. O objetivo final foi então aferir a relação entre esses dois parâmetros, obtendo assim, a Relação Custo-Benefício de cada medida. Resultados dessa natureza são ferramentas poderosas para auxiliar na tomada de decisão mais consciente em relação à mudança do clima, trazendo maior resiliência para a bacia no futuro. Abaixo você pode acessar o relatório com a descrição das medidas de adaptação consideradas e os resultados da ACB.
Cada uma dessas etapas envolveu diferentes elementos para sua constituição. Passos específicos da ACB demandaram metodologias distintas e singulares, estando estas detalhadas nos apêndices que acompanham cada relatório, sendo o conjunto dos produtos apresentados abaixo.
Relatório da Caracterização do Risco Climático Total da Bacia em Setores Usuários
Inclui os apêndices: "Composição de Cenários Climáticos Consensuais: Séries de Vazões Futuras", "Demandas Hídricas Futuras", "Simulações de Alocação de Água na Bacia a partir de um Sistema de Suporte à Decisão (AcquaNet)" e "Estimação de Perdas Econômicas".
Relatório sobre Análise de Custo-benefício de Medidas de Adaptação
Inclui os apêndices: "Ficha de Resultados das Medidas de Adaptação" e "Para além da ACB: Medidas exploratórias".
Além desses relatórios, que expõem todo o processo de concepção e realização de uma ACB para medidas adaptativas, foram produzidos documentos auxiliares com a função de fornecer maior base conceitual ao processo, são eles:
Com a finalização da ACB, foi reconhecida a pertinência de análises mais aprofundadas e, assim, foram propostas atividades complementares como o cálculo do Risco Climático Total associado a seca entre 2012 e 2017, o estudo de indicadores para detalhamento das influências de cada medida, a avaliação dos custos e benefícios quando se implementa mais de uma medida ao mesmo tempo e, por fim, recomendações para o planejamento hídrico da bacia.
Os três relatórios referentes às atividades complementares conduzidas encontram-se abaixo:
Relatório de aprofundamento dos resultados da ACB: Análise de Indicadores
Inclui o apêndice técnico "Refinamento de premissas para medidas de adaptação selecionadas".
Visando a comunicação do estudo e de seus resultados, foi elaborada uma publicação com o Resumo do Projeto, onde são apresentados seus principais elementos e conclusões. Ao longo de dez páginas, esse documento sintetiza a essência dos esforços empreendidos nos dois anos de trabalho, compilando suas relevantes contribuições.
Publicações e Relatórios
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Análise Custo-Benefício de Medidas de Adaptação à Mudança do Clima: Trajetórias da aplicação na bacia hidrográfica dos rios Piancó-Piranhas-Açu O livro resume o processo e os resultados do estudo que se propôs a quantificar o valor econômico total sob risco nos próximos 50 anos e avaliar em que proporção potenciais medidas de adaptação seriam eficientes ao abater a perda esperada. Além disso, foi também calculado o custo da atual crise hídrica que acomete a região desde 2012. |
Parceiros
Agência Nacional de Águas (ANA)