Na região Norte, que abriga a Amazônia Legal, a inclusão digital por meio de infraestruturas de energia e de conectividade se revela uma importante ferramenta para proteção e gestão de territórios tradicionalmente ocupados. Povos e comunidades tradicionais, em parceria com organizações da sociedade civil, empregam crescentemente tecnologias digitais como ferramentas para apoiar ações de vigilância e de monitoramento territorial em contextos de pressões, impactos e ameaças ao bem viver e à conservação da sociobiodiversidade. Câmeras, celulares, drones, aparelhos de GPS e computadores, além de aplicativos, plataformas digitais e outros meios de coleta e análise de dados têm se mostrado ferramentas valiosas para o empoderamento de comunidades na proteção autônoma dos territórios que ocupam. 

O projeto visa fortalecer estratégias de inclusão digital para proteção territorial e gestão de comuns na Bacia do Rio Tapajós. Serão repassados recursos a 20 organizações locais para aquisição de ferramentas tecnológicas, enfocando especialmente organizações da sociedade civil, associações e empreendimentos comunitários de povos indígenas e comunidades tradicionais, e que contem com mulheres nos espaços de gestão e liderança. Os grupos selecionados serão alvo de capacitações e assessorias técnicas. 

Em outra via, o projeto promove um Grupo de Colaboração sobre plataformas digitais utilizadas no monitoramento territorial na Amazônia no âmbito da Rede de Monitoramento Territorial Independente, uma articulação organizada pelo FGVces que reúne organizações da sociedade civil, lideranças comunitárias e instituições de pesquisa que realizam monitoramento territorial autônomo na Amazônia. Os diálogos realizados e a experiência acumulada pelas ações do projeto na Bacia do Tapajós embasarão um estudo técnico com recomendações para o aprimoramento de políticas públicas situadas na interface entre tecnologias digitais e monitoramento territorial. 

Atividades 

• Repasse de recursos a organizações da sociedade civil, associações e empreendimentos comunitários selecionados na Bacia do Rio Tapajós, para compra de equipamentos utilizados em ações de monitoramento territorial independente. 
• Assessoria técnica junto aos grupos selecionados para definição e implantação da infraestrutura em tecnologia digital adequada às suas necessidades e capacitação dos grupos no uso das tecnologias digitais instaladas, inclusive em atividades de gestão de comuns e proteção territorial. 
• Facilitação de um novo Grupo de Colaboração no âmbito da Rede de Monitoramento Territorial Independente (Rede MTI), sobre inclusão digital, uso de tecnologias digitais e gestão de informação. 
• Facilitação de encontros para capacitação e troca de experiências com os grupos e organizações locais apoiados pelo projeto. 
• Elaboração de um estudo técnico com recomendações para o aprimoramento das políticas de inclusão digital em interface com políticas de proteção territorial na Amazônia brasileira, a partir da sistematização dos aprendizados da sociedade civil e da implementação da ação na bacia do Tapajós. 

Parceiro externo

Sapopema

Financiador

União Europeia