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Estudo detalha como Inteligência artificial vem criando desafios no setor de Finanças
O uso da inteligência artificial (IA) no setor financeiro tem transformado profundamente estratégias de investimento, gestão de riscos e finanças corporativas. Esse é o tema central do artigo "Inteligência Artificial: A Vanguarda das Finanças", publicado na edição de julho de 2023 da Revista GV Executivo, de autoria de Claudia Emiko Yoshinaga, professora da FGV EAESP e coordenadora do Centro de Estudos em Finanças (FGVcef), e F. Henrique Castro, professor da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP).
O estudo explora como a IA é aplicada no mundo das finanças e os impactos dessa tecnologia no setor. Um dos pontos abordados é o uso de algoritmos para análise de grandes volumes de dados em tempo real, permitindo que investidores tomem decisões com base em informações mais detalhadas e precisas. "A IA oferece vantagens de escalabilidade e diversificação, processa dados em grande quantidade e ajuda na gestão eficiente de portfólios", explicam os autores.
Além de melhorar a tomada de decisões financeiras, a IA também é amplamente utilizada em estratégias de investimento, com destaque para a negociação algorítmica (algorithmic trading). Esse tipo de negociação utiliza algoritmos para realizar transações de maneira automática, com base em condições de mercado e dados em tempo real, permitindo que operações sejam feitas em milissegundos. O artigo destaca que essa prática está redefinindo a forma como o mercado opera, favorecendo grandes investidores que possuem acesso a tecnologias mais avançadas.
No entanto, os autores alertam para os riscos que acompanham o uso da IA no setor financeiro. Um dos principais desafios mencionados é a confiabilidade dos dados utilizados pelos algoritmos. Dados imprecisos ou enviesados podem levar a decisões de investimento incorretas, gerando prejuízos. Além disso, a dependência de dados históricos pode não refletir as condições futuras do mercado, limitando a eficácia dos modelos de IA.
Outro risco abordado é o uso de modelos complexos de machine learning e deep learning, que operam como "caixas-pretas", ou seja, é difícil entender como eles chegam às suas conclusões. Isso levanta questões éticas e regulatórias, uma vez que a falta de transparência pode dificultar a identificação de possíveis vieses ou erros nos processos de decisão automatizados.
O artigo também discute o papel da IA na gestão de riscos. A tecnologia está sendo utilizada para aprimorar a avaliação de riscos em finanças corporativas, possibilitando a análise de grandes quantidades de dados e a identificação de fraudes ou violações de segurança com mais eficiência. Além disso, a IA é aplicada em ferramentas de Processamento de Linguagem Natural (PLN), que analisam notícias e sentimentos do mercado para prever impactos econômicos.
Os autores destacam, ainda, a aplicação da IA em finanças corporativas, como fusões e aquisições (M&A) e na alocação de capital. A IA auxilia na identificação de alvos e sinergias, além de apoiar o diagnóstico de riscos e a otimização da distribuição de recursos dentro das empresas.
Embora as vantagens da IA sejam claras, o artigo ressalta que o uso da tecnologia exige cuidados. A proteção de dados, a mitigação de vieses e a transparência nos processos de tomada de decisão são pontos críticos para garantir o uso ético e responsável da IA no setor financeiro.
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