
Mudanças nos valores do auxílio emergencial: cenários e efeitos sobre a renda
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São muitas as discussões em torno do auxílio emergencial (AE), concebido para mitigar os efeitos da pandemia do novo coronavírus. Os dados oficiais mostram que aproximadamente 67 milhões de pessoas receberam o AE, dentre as quais 29,8 milhões pertencentes ao Cadastro Único – registro contendo famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza. Os 37,2 milhões restantes, aparentemente, não estavam no radar dos programas de transferência de renda.
Os efeitos do AE foram muito além das fronteiras do Cadastro Único, compensaram as perdas de renda - provocadas pela crise - de trabalhadores da maior parte de tipos de ocupação profissional tradicionalmente categorizados. Em levantamento anterior, utilizando os dados da PNAD-COVID19 divulgados em julho, estimamos que a renda dos que receberam o AE é, em média, 29% maior do que a renda usualmente recebida antes da pandemia. O governo afirma, sem maiores detalhes até o momento, estar decidido a continuar pagando o AE de menor valor por mais alguns meses. Resta saber quais serão os prováveis efeitos de um AE reduzido.