Existe trade-off entre eficiência e qualidade nas organizações hospitalares?
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Este estudo analisa se existe trade-off (escolha de uma coisa em detrimento de outra) entre eficiência e qualidade em organizações hospitalares. Identifica quais determinantes poderiam estar associados com maiores ou menores escores (índices) de eficiência.
A pesquisa utiliza dois modelos de análise de envelopamento de dados (data envelopment analysis, DEA), “sem” e “com” variáveis de qualidade, com retornos variáveis de escala e orientados para resultado. O estudo de 47 hospitais gerais públicos do estado de São Paulo mostra que 14 deles são considerados eficientes no modelo “sem” variáveis de qualidade, o mesmo vale para 33 deles no modelo “com” estas variáveis. O coeficiente de correlação de Spearman entre os dois modelos é de 0,470 (correlação moderada). Não há evidências de que haja trade-off entre eficiência e qualidade nestas organizações hospitalares.
A pesquisa identifica hospitais eficientes no modelo “sem” e “com” variáveis de qualidade, assim como hospitais ineficientes no modelo “sem” variáveis de qualidade que são eficientes “com” estas variáveis. Não são encontradas nessa pesquisa associações estatisticamente significantes (p<0,05) entre eficiência e as características dos hospitais estudados, como acreditação, modelos de gestão, porte hospitalar e atividades de ensino, apesar de alguns achados de maior ou menor escore de eficiência para alguns determinantes.
A pesquisa conclui que a utilização de variáveis de qualidade é um fator fundamental na determinação da eficiência de organizações de saúde, e que qualidade e eficiência não podem estar dissociadas. Gestões eficientes também estão relacionadas à obtenção de melhores resultados assistenciais sem a necessidade de optar em alcançar melhores resultados econômico-financeiros ou melhores resultados assistenciais.