Qual o valor dos mangues na Amazônia?

Qual o valor dos mangues na Amazônia?

Desenvolvimento de ferramenta para valoração de serviços ecossistêmicos promovidos por ecossistemas costeiros e marinhos

A floresta tropical amazônica encontra-se nos holofotes internacionais e é objeto de diferentes iniciativas de conservação nos campos regulatório, voluntário e de cooperação internacional. Por outro lado, os ecossistemas costeiros e marinhos brasileiros, como os manguezais, as restingas e os recifes de corais, não têm recebido atenção semelhante, embora ofereçam enorme contribuição ambiental e social por meio da provisão de serviços ecossistêmicos, isto é, de benefícios gerados pelos ecossistemas para a sociedade.

Os ecossistemas costeiros e marinhos possuem grande potencial de sequestro e estoque de carbono (o chamado “carbono azul”), com capacidade de estocar até dez vezes mais carbono que florestas tropicais (Kauffman et al. 2018). Além disso, protegem a costa contra enchentes e outros eventos climáticos extremos, servem como local de berçário para espécies marinhas e filtram a água de partículas contaminantes e metais pesados. No campo social, estes ecossistemas também provêm serviços ecossistêmicos culturais, como lazer e turismo, beleza cênica e identidade espiritual e religiosa, além de servir como meio de subsistência e geração e renda para milhares de famílias tradicionais, que dependem da pesca artesanal e da coleta de caranguejo e mariscos (ICMBio 2018; Tiengo 2017; Fritsch 2020).

Financiado pela Rede de Pesquisa da FGV, o presente projeto busca explicitar o valor dos manguezais, desenvolvendo ferramenta para a quantificação biofísica e valoração monetária e não monetária de serviços ecossistêmicos providos por projetos de conservação de ecossistemas costeiros e marinhos. Também busca aplicar tal ferramenta em um projeto-piloto de conservação e/ou restauração de manguezais na Amazônia. O projeto tem duração de 18 meses, com início em 06/2024.

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