Políticas e Projetos de Desenvolvimento Produtivo e Inovação Industrial no Brasil
Estudos e Pesquisas para Subsidiar a Elaboração de Políticas e Projetos relacionados ao Desenvolvimento Produtivo e a Inovação Industrial no Brasil, assim como para o Desenvolvimento de Ações de Fomento ao Desenvolvimento Tecnológico e Regional
O conteúdo deste trabalho é resultado de diversas atividades realizadas, dentre as quais, elaboração de metodologia de hierarquização das soluções, realização de entrevistas com atores envolvidos com a temática de cidades inteligentes em diferentes esferas de atuação (poder público, iniciativa privada e especialistas) e posterior análise dos dados e classificação das soluções presentes no banco de dados.
O termo smart city está relacionado a políticas e ideias de planejamento urbano originário nos Estados Unidos, em particular ao conceito de smart growth desenvolvido pelo Novo Urbanismo que se originou na década de 1980 e mais tarde espalhou-se para outras regiões como a Europa. O Novo Urbanismo, em termos de planejamento, visava a melhoria do ambiente urbano e da qualidade de vida nas cidades por meio da promoção de ideais comunitários e limitação da expansão urbana, do consumo de terras e da proliferação de formas de desenvolvimento inspirado pela lógica do automóvel e mobilidade individual. Um dos principais resultados intelectuais do Novo Urbanismo foi precisamente a ideia de smart growth, uma estratégia de planejamento que visa tornar as cidades mais compactas, menos vorazes e menos consumidoras de solo. Além disso, smart growth foi uma ideia política de movimentos populares, especialmente dos urbanos na década de 1990.
O adjetivo smart envolve principalmente a relação entre o espaço urbano e a inserção de uma camada de tecnologia, e inclui questões tais como a capacidade de gerar inovação, a transição para formas de governança eletrônica, a aprendizagem social, serviços públicos eletrônicos e a possibilidade de fornecer infraestruturas de Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC para a cidade. O conceito de smart city deriva assim da sobreposição e montagem destes dois movimentos, o smart growth e a inserção da camada de tecnologia.
O termo smart city veio a ser usado pela primeira vez na década de 1990. Naquela época, o foco era a importância das novas TICs em relação às modernas infraestruturas das cidades. O Instituto para Comunidades Inteligentes da Califórnia foi um dos primeiros a se concentrar em como as comunidades poderiam se tornar inteligentes e como uma cidade poderia ser projetada para implementar tecnologias de informação. Alguns anos mais tarde, o Centro de Governança da Universidade de Ottawa começou a criticar a ideia de smart cities como sendo demasiado orientada tecnicamente. Nessa visão, a smart city deve ter uma forte abordagem orientada para a governança que enfatize o papel do capital social e das relações no desenvolvimento urbano.
Mais recentemente, os estudiosos começaram a questionar o que define de fato uma smart city e pesquisas tentam mostrar os muitos aspectos que estão escondidos atrás de uma atribuição auto declaratória do rótulo de smart city. O conceito de smart city é atualmente genérico e otimista para a cidade do futuro e não há uma definição generalizada, a smart city pode ser vista como uma cidade que aumenta a qualidade de vida de seus cidadãos ou que se propõem como cidade eficiente, tecnologicamente avançada, sustentável e socialmente inclusiva. As características mais comuns aos diferentes conceitos para smart city são: o objetivo de melhorar a vida das pessoas que habitam a cidade; a tecnologia como fator disruptivo; um novo modelo de relações entre os atores sociais; uma visão global sobre a cidade, holística.
Outra fonte de definição histórica de smart city é o trabalho das universidades de Vienna, Ljubljana e Delft intitulado Smart cities: ranking of European medium-sized cities. Além de aferição de 70 cidades europeias, o trabalho de pesquisa teve uma seção específica intitulada ''A definição de smart city''. Os autores afirmaram a necessidade de uma perspectiva holística e explicaram o termo smart city distinguindo seis características conceitualmente distintos: smart economy, smart mobility, smart governance, smart environment, smart living e smart peole. Esse conceito influenciou empresas e instituições em todo o mundo e foi adotado pelo Parlamento Europeu. Talvez seja este o conceito mais famoso e utilizado como referência em smart cities.
Seguindo o modelo conceitual adotado pela União Europeia, com alguns desdobramentos, propôs-se este trabalho a identificar oportunidades em smart cities nas áreas apresentadas na tabela abaixo:
- Âmbitos da Smart City (União Europeia)
- Áreas prioritárias de identificação de oportunidades
- Smart economy
- Comunicação e telecomunicações
- Smart mobility
- Mobilidade urbana
- Smart governance
- Gestão pública
- Smart environment
- Ambiente de prevenção a desastres e recuperação de cidades
- Construção e edificações inteligentes
- Energia, iluminação, Água e saneamento
- Smart living
- Qualidade de vida (saúde e segurança pública)
- Smart people
- Educação
Vale ressaltar que as oportunidades não se esgotam nessa lista, mas são as áreas foco deste estudo. Também é importante salientar que esta é uma divisão didática para entender as oportunidades em cada âmbito.
Apoio
- Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI
- FGV Projetos Rio de Janeiro
Coordenação
- Profª Maria Alexandra Viegas Cortez da Cunha
- Luiz Gustavo Medeiros Barbosa (FGV Projetos)
Equipe
- Profª Maria Alexandra Viegas Cortez da Cunha
- Erico Przeybilovicz
- Vanessa Vasconcelos Scaciotta
- Fernando Henrique Stahl
- Luiz Gustavo Medeiros Barbosa (FGV Projetos)
- Thays Venturim Guimarães (FGV Projetos)
- Fabiana Paschoal Sanches de Moura (FGVceapg, Coordenação administrativa)
Período de execução do Projeto
- De julho a dezembro de 2017